sábado, 12 de junho de 2010

O Grando Circo Místico




Não,
não sei se é um truque banal,
se um invisível cordão
sustenta a vida real

Cordas de uma orquestra,
sombras de um artista,
palcos de um planeta
e as dançarinas no grande final

Chove tanta flor,
que sem reflectir
um ardoroso espectador
vira colibri.
Qual?
Não sei se é nova ilusão,
se após o salto mortal
existe outra encarnação

Membros de um elenco,
malas de um destino,
partes de uma orquestra,
duas meninas num imenso vagão.

Negro reflector,
flores de organdi
e o grito do homem voador
ao cair em si.

Não sei se é vida real,
um invisível cordão,
após o salto mortal.



Edu Lobo, Chico Buarque

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